Gostamos de escrever e de pensar. Costumávamos trocar e-mails, mas decidimos expor nossas ideias a quem quer que queira vê-las, e assim surgiu o Abracabessa. Sem cedilha mesmo, porque tudo pode ser mudado - e mesmo que não seja para melhor, às vezes a mudança traz consequências fantásticas!

24 de mar. de 2010

GRAMADOS GRIS

Desaba o mundo em terremotos,
Furacões e tsunamis,
Bombardeios, trombas d’água,
Hecatombes e Nardonis

Mostra o mundo suas garras
Derretidas, degeladas,
Cada vez mais afiadas

Mostra suas cartas e farpas
E diz também saber bater na cara
E jogar o jogo da insensatez,
Da cupidez, da arrogância,
Da falta de infância
De distâncias sextandares
Despejada como lixo pelos ares

Marcham roseirais ao cadafalso,
Murcham emílias belas
Sob o granizo teimoso em não derreter

Ao túmulo margaridas e begônias,
Madressilvas e peônias,
Flores de maio, orquídeas, beneditas
Lírios, hibiscos, boninas,
Sempre vivas desprovidas de vida...

Crisântemos sem casas,
Aguapés e pés de acácias
Adornam faces vitimais da criançada

Em descompasso, passo em falso,
Tropeçam e caem Isabelas aos pedaços,
Em cachos despetalados
Empalados em gramados gris

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