GRAMADOS GRIS
Desaba o mundo em terremotos,
Furacões e tsunamis,
Bombardeios, trombas d’água,
Hecatombes e Nardonis
Mostra o mundo suas garras
Derretidas, degeladas,
Cada vez mais afiadas
Mostra suas cartas e farpas
E diz também saber bater na cara
E jogar o jogo da insensatez,
Da cupidez, da arrogância,
Da falta de infância
De distâncias sextandares
Despejada como lixo pelos ares
Marcham roseirais ao cadafalso,
Murcham emílias belas
Sob o granizo teimoso em não derreter
Ao túmulo margaridas e begônias,
Madressilvas e peônias,
Flores de maio, orquídeas, beneditas
Lírios, hibiscos, boninas,
Sempre vivas desprovidas de vida...
Crisântemos sem casas,
Aguapés e pés de acácias
Adornam faces vitimais da criançada
Em descompasso, passo em falso,
Tropeçam e caem Isabelas aos pedaços,
Em cachos despetalados
Empalados em gramados gris
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