Gostamos de escrever e de pensar. Costumávamos trocar e-mails, mas decidimos expor nossas ideias a quem quer que queira vê-las, e assim surgiu o Abracabessa. Sem cedilha mesmo, porque tudo pode ser mudado - e mesmo que não seja para melhor, às vezes a mudança traz consequências fantásticas!

20 de out. de 2011

ESTUPRO É CRIME HEDIODO - Ok, agora avisa às autoridades, valeu?



Estive em Brasília em setembro e vi várias paradas de ônibus com cartazes parecidos com os da foto acima. Procurei no site do GDF e vi que se trata de uma campanha para estimular a denúncia desse tipo de crime ao mesmo tempo em que mostra para as autoridades como ele deve ser tratado.
O que achei infeliz demais foram esses cartazes. A não ser que haja outras peças, que haja uma propaganda intensa na TV e rádio veiculando mensagem diferente do que está contido no cartaz, pois nele tem-se a ideia de que a mulher não está cumprindo o seu papel. A vítima, para variar, vira A culpada. Já basta que em casos de estupro é comum ouvir, sobre a mulher atacada, comentários do tipo “Que roupa ela usava?” “Onde estava? A que horas?” “Mas isso é hora e local de mulher andar sozinha?” “Olha a roupa que estava usando!”...  
TOD@S sabem que se a mulher não denuncia é, principalmente, porque não recebe apoio para tal. Nem da família, nem dos amigos, e menos ainda na Delegacia. Olhando o cartaz tem-se a impressão de que a Delegacia vai acolher que é uma beleza!, o que está longe de ser realidade.
Para ter ideia de como a mulher é “acolhida” pela delegacia basta saber que a Delegacia de Mulheres não funciona nos períodos em que há mais ocorrências de violência contra a mulher: à noite e nos finais de semana e feriados.
Se a ideia é fazer com que a mulher denuncie então se deve modificar toda a rede que envolve a mulher violentada e PRINCIPALMENTE a DELEGACIA MAIS PRÓXIMA.

3 de out. de 2011

É hoje, e já faz 1 ano!

(dessa aí também só reste a lembrança, snif :/)

Não tenho boa memória para números. Decorar contatos que irão para a agenda telefônica não se faz possível para mim durante muito tempo. Não lembro com facilidade de datas comemorativas, e confesso que isso me já me rendeu alguns micos. Por isso, até me esforço um bocado para que aquelas as quais considero como prioridade não passem batidas. Foi por uma dessas lembranças, que chegam e nos roubam tempo e espaço, que a vontade de escrever me consumiu durante toda a manhã de hoje.

Estava concentrada em minhas tradicionais atividades de início de manhã, quando precisei datar uma das páginas que iria para impressão. Após organizar todas as informações, foi só preencher 03 de outubro, que sem me dar conta, fui instantaneamente levada para um acontecimento que em nada tem a ver com o dia de hoje.

Minha mente, sem pedir licença nem nada, me puxou pelo braço, e quando dei por mim já estava em Recife, em frente à livraria Cultura, ao rio Capibaribe, descansando enquanto observava, lá longe, a imensidão das “torres gêmeas”. Ainda deu tempo de almoçarmos juntas pelo Centro, ir “lá dentro”, e passar a tarde batendo perna pelo shopping.

A memória, que também deu um jeito de trazer Paulo e Patrícia, puxou um gaúcho que veio de uma grande cidade do sul (mas não pra dançar o tchan e a dança do txu txu, por favor...), resolveu nos apresentar e nos dar a chance de iniciar um tímido e rápido bate-papo. Permitiu até, aquela danada, que eu trouxesse comigo algumas fotos e um bilhete especialmente escrito em garranchos.

Essas mesmas companhias me disseram que um dos grandes baratos da vida são as histórias que nossas vivências nos permitirão contar, na medida em que, ainda que assumindo os eventuais riscos, não nos negamos à oportunidade de ir ao encontro. Hoje faz um ano. E é mais um acontecimento lindo que guardo comigo e que nunca esqueço.